segunda-feira, 17 de maio de 2010

Utilizando a Criatividade!!!


Por Cristina Burdelis


Material:

* 1 caixa vazia de sabão em pó

* Régua e caneta

* Tesoura

* Fita adesiva

* Tintas Tempera Guache Fantasia Metallic de várias cores ACRILEX

* Tintas Dimensionais Brilliant ACRILEX nas cores preto e branco

* Pincéis ns. 10 e 20 da série 054 ACRILEX



                Vamos Começar?
             Faça essa arte com um adulto. Nunca Sozinho!



1. Com o auxílio da tesoura, retire a tampa da caixa.

2. De um dos lados, seis centímetros abaixo.


3. Risque até encontrar a outra ponta da caixa, criando uma linha diagonal.


4. Recorte.



5. Faça o acabamento com a fita adesiva.


6.Encape toda a caixa , para que tenha firmeza.


7. Aplique três demãos de tinta tempera guache fantasia metallic na cor verde.


8. Use sua criatividade para riscos e desenhos.


9. Com um pincel de n.10 preencha as linhas com a tinta tempera guache metallic na cor vermelha.


10. Após secagem, contorne com a tinta dimensional brilliant na cor branca.


11. Faça desenhos sobre a área interna.



12. Contorne com a tinta dimensional brilliant na cor preta.



13. Faça o colorido do fundo da caixa.





Está pronto seu porta documentos, livros, cadernos entre outras coisas que você achar interessante. :))

domingo, 16 de maio de 2010

Plano de Aula- "Descobrindo as cores primárias e secundárias" Cont...


Por Christiane de Lima Gualberto, Rio de Janeiro - RJ. 
 
 
Objetivos: 
      Apresenta as cores primárias (Azul, Amarela, e Vermelha) 
e as cores secundárias( laranja, violeta e verde) fixando
 conhecimentos adquiridos na aula 1;
·         Estimular as crianças a propor, opinar e argumentar;
·         Leitura do cartaz junto com o professor;
·         Facilitar a comunicação através de símbolos matemáticos mesmo
 que não haja relação matemática precisa entre o fenômeno descrito. 
Utilizando os sinais (+ e = );
·         Desenvolver espírito de grupo posicionando, criticando e ouvindo
·         Fazer com que a criança interaja com a linguagem escrita.
 
1.    Conteúdos:
 
Fixar conteúdos da aula 1 sobre cores primárias (Azul, Amarela, e Vermelha) e  cores 
secundárias ( laranja, violeta e verde).
Fazendo assim que as crianças percebam que através dessas três cores podem surgir 
novas cores.  Utilizando a linguagem matemática como instrumento de comunicação 
de forma qualitativa utilizando os símbolos : +  e =. E a leitura junto a professora do material.
 
4. Metodologia aplicada: 
 
Primeiro momento
 
A professora deverá preparar um cartaz com as cores primárias e secundárias da 
seguinte forma:
 
CORES PRIMÁRIAS
AZUL
      AMARELO
         VERMELHO                
                        
CORES SECÚDÁRIAS
 
VERMELHO + AMARELO = LARANJA
VERMELHO + AZUL = VIOLETA
AZUL + AMARELO = VERDE
 
O cartaz escrito dessa forma irá facilitar a leitura, mesmo não conhecendo a escrita
 a criança reconhecerá a cor. Podendo assim ler junto com a professora.
 
Segundo momento
 
Após a leitura a professora irá propor uma atividade de colagem. Para isso deverá
 trazer recortado pequenos pedaços de papeis coloridos nas cores: azul, vermelho, 
amarelo, laranja, violeta e verde.
 
Em seguida dividirá a turma em grupos onde será colocado e misturado esses papéis coloridos. Assim será pedido pelo professor a cor primária ,azul por exemplo, e as crianças deveram procurar e colar em cima do nome da cor. Sempre com o auxilio do professor.

Plano de Aula - "Descobrindo as cores primárias e secundárias"


 
1.    Objetivos:
 
·         Apresenta as cores primárias (Azul, Amarela, e Vermelha) e 
as cores secundárias ( laranja, violeta e verde);
·         Familiarizar as crianças com o manuseio de tintas e pinceis;
·         Incentivar a exploração e experimentação;
·         Estimular as crianças a propor, opinar e argumentar.
·         Explorar a criatividade.
·         Perceber e respeita as diferenças.
 
 
2.    Conteúdos: 
 
Apresentar as cores primárias (Azul, Amarela, e Vermelha) e através da 
experimentação apresentar as cores formadas através de duas cores primárias
 ou seja as cores secundárias ( laranja, violeta e verde).
Fazendo assim que as crianças percebam que através dessas três cores 
podem surgir novas cores. 
 
4. Metodologia aplicada: 
 
Primeiro momento
 
Nessa conversa inicial a professora irá ler o texto “Uma história de cores”. Durante a história 
a professora irá conversa com as crianças fazendo com que elas falem sobre as cores que 
conhecem, o que sabem sobre elas, que cor elas estão vestindo.
 Através dessa história o professor poderá também discuti sobre as diferenças, pergunta
 para as crianças se elas brincam com seus vizinhos? De que elas brincam? Se algum
 vizinho novo aparecer se elas o chamam para brincar? 
Ao termino do texto o professor perguntará se realmente o que aconteceu na história é
 possível. Será? Será que misturando azul com amarele dá a cor verde? Será que 
misturando o amarelo e vermelho dá a cor laranja? E o azul com vermelho que cor será que dá?
 
Texto

Uma história de cores

Era uma vez uma família de Azuis. O filho Azul vivia contente com a sua mãe Azul e com o seu pai, claro está, também ele Azul.
Na cidade, todos os seus vizinhos eram igualmente azuis e todos se sentiam muito orgulhosos com a sua bela cor, que era também a cor do céu e do mar. E os Azuis sentiam-se orgulhosos, achando-se belos e perfeitos, os vaidosos…
Mas, um dia, aquilo que os Azuis achavam impossível aconteceu. Chegou à cidade uma estranha, muito estranha, uma estranhíssima família de… Amarelos! O pai, a mãe, o filho e até mesmo a bem velhinha e curvada avó eram todos Amarelos, tão amarelos quanto o amarelo pode ser.
Seria possível que tal cor existisse?
Os Amarelos instalaram-se na casa que ficava mesmo ao lado da casa dos Azuis, e, curiosos, apressaram-se a espreitar e a observar pela janela tão estranhos seres.
Menos preocupado, o filho Azul, como qualquer criança, apenas queria saber se o filho Amarelo gostaria de jogar à bola. Sem perder tempo, bateu à porta dos seus novos vizinhos e
perguntou ao filho Amarelo:
— Queres vir brincar comigo?
E o filho Amarelo lá foi, sem pensar duas vezes, indiferente à cor da bola que, apesar de ser azul, rolava e saltava tão bem como as melhores bolas amarelas a que estava acostumado.
No entusiasmo do jogo e no frenesi da correria, depois de um passe mais acrobático e de uma defesa mais atrevida, o desastre aconteceu: o Azul e o Amarelo chocaram um com o outro, peito contra peito, num grande espalhafato.
E com a força do impacto, vá-se lá saber porquê, o Azul e o Amarelo ficaram… Verdes!
Olharam um para o outro, acharam graça e disseram:
— Olha, agora somos Verdes!
Na cidade, que grande pandemônio! Todos quiseram ver o fenômeno, incrédulos primeiro e indignados depois: não só apareceram os Amarelos, assim de repente, como agora surgiam também uns Verdes… Já começava a ser de mais…
Um pouco zangadas e espantadas e também muito preocupadas, as mães Azul e Amarela apressaram-se a levar os seus filhos Verdes para dentro de casa.
— Oh! Que desgraça! Vamos chamar o Doutor para ver se há remédio que vos
cure a cor… Mas, como não houve médico, cientista, engenheiro ou curandeiro que conseguisse tratar aquele mal,
o tempo passou e todos acabaram por se habituar aos Verdes, percebendo assim que muito havia ainda para descobrir sobre os mistérios das cores do Mundo. E foi por isso que, um dia mais tarde, quando apareceu na cidade um… Vermelho, ninguém estranhou!…
Misturámos o azul e o amarelo = VERDE.  E também o Vermelho com o amarelo deu um cor-de-laranja estranho!!!
Segundo momento:
O professor irá propor a experiência utilizando tinta guache. Dependendo do número de crianças a experiência poderá ser feita com toda a turma junta ou separados em grupos.
Para não sujar a sala o chão ou as mesas devem ser forradas com jornais velhos.
Separados em grupos o professor irá de mesa em mesa fazendo as misturas junto com as crianças.
Assim o professor irá juntar as cores primárias :
Azul + Amarelo;
Amarelo+ Vermelho;
Azul + Vermelho;
Surgindo respectivamente as cores secundárias: verde, laranja e violeta.
Terceiro momento
Após as misturas feitas o professor dará uma folha para as crianças pintarem com as cores produzidas. Nesse momento o professor deverá auxilia os alunos para que pintem corretamente as figuras.



Trabalhando a musicalidade com instrumentos reciclados


Por Christiane de Lima Gualberto, Rio de Janeiro- RJ.

Objetivos:

Esse projeto tem como objetivo a construção de instrumentos musicais utilizando materiais recicláveis, sucatas ou materiais inusitados, com o intuito de descobrir as possibilidades sonoras corporais e, em conjunto com objetos, despertando a musicalidade que está intrínseca no ser humano além de incentivar a criatividade e expressão corporal. Com isso fomentar valores que estimulem a transformação sócio ambiental através da promoção cultural.

Esse projeto está sendo proposto após algumas observações feitas no bairro onde resido. Muitas famílias trabalham com reciclagem, catando latinhas, garrafas pet, papelão e outros materiais pra serem vendidos em um deposito próximo a escola.  Outro fato observado foi que a escola fica próxima de um rio e muitos ainda jogam lixo podendo causar enchentes. Além disso muitos alunos moram próximos de rios onde transbordam. Juntando essas informações coletadas surgiu a idéia de conscientizar sobre a importância da reciclagem para o meio ambiente e discutir sobre o trabalho feito pelos pais dos alunos com a venda desse material e a transformação do mesmo em artesanato.

Publico alvo: Alunos do primeiro ano do ensino fundamental



Primeira fase:
Fazer uma pesquisa com os alunos sobre pais e familiares e conhecidos que trabalham com reciclagem.


Segunda fase:
Discuti a idéia da elaboração de instrumentos musicais e a formação de uma banda, para compor uma musica sobre conscientização ambiental.

Terceira fase:
Após a decisão dos instrumentos que serão confeccionados os alunos irão trazer de casa os matérias como: garrafa pet, latinhas, papelão, plásticos...

Quarta fase:
A confecção. Será feita a separação dos grupos de acordo com os instrumentos escolhidos. Exemplo: grupo dos instrumentos de percussão, grupo dos instrumentos de sopro.
Em anexo alguns instrumentos feitos com materiais reciclados e o passo a passo da confecção.

Quinta fase:
A criação da musica. Essa pode ser escrita em conjunto com a turma ou feita por grupos e selecionada a mais votada pela turma.

Sexta fase:
Está fase a criança tomará contato com o caráter expressivo da música. Com os instrumentos já confeccionados as crianças poderão experimenta os diferentes sons que os mesmos produzem separados e em conjunto com os demais.  Esse é o momento das perguntas: (1) quanto à agógica (andamento) – “Cantaremos/tocaremos rápido?”, “Lento?”, “Ao longo de todo o trecho ou com mudanças de andamento em alguns trechos específicos?”, “As mudanças serão gradativas ou abruptas?”; (2) quanto à dinâmica (intensidade do som) – “Cantaremos/tocaremos forte?”, “Suave?”, “Faremos a intensidade crescer (do suave ao forte)?”, “Diminuir (do forte ao suave)?”; (3) quanto à articulação – “Cantaremos/tocaremos os sons ligando-os uns aos outros?”, “Tocaremos/cantaremos os sons destacando-os?”; (4) quanto à densidade (agrupamento sonoro) – “Quantas pessoas cantarão/tocarão ao mesmo tempo?”, “Em que momentos da produção?”.

Sétima fase:
Apresentação da banda.

Cada fase desse projeto poderá ter duração de uma aula ou mais dependendo da turma.

Anexo

1)Como fazer instrumentos de materiais reciclados:

O que você vai precisar:
  • Garrafas plásticas limpas, latas de cappuccino e/ou achocolatado (todos com tampa)
  • Feijões crus
  • Arroz cru
  • Fita crepe
  • CD player
  • CD preferido

Como fazer instrumentos de materiais reciclados:

1º passo:
Limpe todas as garrafas plásticas vazias e latas de cappuccino e/ou achocolatado com tampa.

2º passo: Coloque um punhado de feijão e arroz cru dentro de cada um dos recipientes, feche com as tampas e vede com a fita crepe.

3º passo: Agora que você encontrou uma nova utilidade para as coisas velhas, chacoalhe e ouça seus novos instrumentos de percussão.

4º passo: Basta acrescentar suas músicas preferidas e você terá um tributo musical à reciclagem!

2) Instrumentos com embalagem plástica

Você já fez música com apenas um pedaço de plástico pressionado em seus lábios? Uma banda de embalagens plásticas não requer lições, instrumentos ou prática. Tudo o que você precisa são músicos jovens e curiosos e algumas embalagens.


O que você vai precisar:
  • Embalagens plásticas (doces, CDs, brinquedos, etc.)
  • Seus dedos e lábios
1º passo: Pegue um pedaço de embalagem plástica de caixas de bombom, CD ou de brinquedo e segure firmemente entre seus dedos.

2º passo: Segure a extremidade do plástico entre seus lábios e assopre até o plástico assoviar. Se não funcionar na primeira vez, não desista. Continue revezando os lados do plástico na direção ou longe da boca e sopre até ouvir um barulho estridente, quase como um grito de um pássaro.

3º passo: Agora experimente outro tipo de plástico e continue testando tamanhos diferentes, espessuras e comprimentos. Eles fazem o mesmo som?

4º passo: Reúna vários tipos de plásticos e chame um grupo de amigos para montar uma banda de plástico de embalagem.

3)Kazoo

Com o kazoo (instrumento de sopro) é possível fazer música sem ter anos de prática. Tudo o que você precisa para essa atividade musical fácil são o kazoos feitos por você e uma canção para acompanhar. Depois é só zumbir junto com as músicas no rádio ou tocar no tempo da música enquanto marcha ao redor da sala.
 


Prepare-se para fazer música com um kazoo


O que você vai precisar:
  • Rolo de papelão (aqueles de toalha de papel)
  • Canetinhas
  • Papel manteiga
  • Elástico
  • Tesoura
1º passo: Decore o rolo de papelão com canetinhas.

2º passo: Coloque um pedaço de papel manteiga sobre uma extremidade do tubo. Deixe o outro lado aberto.

3º passo: Amarre o papel manteiga com o elástico.

4º passo: Cuidadosamente corte dois furos no tubo, como mostrado na ilustração.

5º passo:
Toque o kazoo acompanhando sua música preferida na extremidade aberta do tubo. Para conseguir outros sons interessantes, faça mais kazoos com tubos de diferentes diâmetros, espessuras e comprimento

4)Vidrofone
Pegue oito garrafas iguais de vidro e encha cada garrafa com um pouco de água.
A primeira deve ter só uns três dedos de água; nas demais garrafas, vá enchendo mais e mais até que a última esteja praticamente cheia (mas não completamente cheia).
Depois, experimente tocar o seu "vidrofone" com uma varinha, segurando-a bem na ponta.
Você vai ver que cada garrafa toca uma nota, e você pode "afinar" seu vidrofone para que ele toque toda a escala musical, do, re, mi, fa, sol, la, si e do, novamente.
Se quiser dar um efeito mais legal, escolha garrafas incolores e transparentes, e encha-as com água colorida.  Seu vidrofone vai ficar demais!!!

5)PANDEIRO

Materiais: 1 prato de vaso, 8 tampinhas achatadas e arame

Como fazer
1- Peça para um adulto abrir quatro fendas nas laterais do prato de vaso, usando uma serrinha manual (dando um espaço de 8 a 10 cm entre uma fenda e outra).
2- Com um prego, faça um furo acima e um abaixo de cada fenda.
3- Fixe um pedaço de arame nos furos de cima e perfure o meio das tampinhas achatadas de garrafa.
4- Prenda o arame nos buracos de baixo, fixando bem as tampinhas.






Como tocar Toque na sequência que mostra a figura: primeiro bata o dedão, depois a ponta do dedo-médio, o punho e a palma da mão




Observação: Esses são alguns instrumentos que foram selecionados por que não requerem muitas habilidade manuais visto que esse projeto será aplicado para turmas do primeiro ano do ensino fundamental.  

Referências

DUARTE. Mônica de A. Artes na educação. v.1 Fundação CECIERJ. Rio de Janeiro. 2009/2
_______________Instrumentos musicais reciclados   

_______________ Instrumentos musicais reciclados

Arte-Educação para quê? (Razões para ensinar arte)

Por  Selma Moura, São Paulo - SP

A educação é uma das ações que definem nossa humanidade: o ser humano transcende seu status animal pois vai além dos instintos: compreende, reelabora, reflete, cria e recria, critica, aprende, ensina. A busca do homem através da história é sempre uma busca de compreender e transformar a realidade.
Já foi dito que uma característica distintiva do ser humano é a necessidade do supérfluo. O que ultrapassa os limites das necessidades básicas essenciais à sobrevivência e coloca-se no campo da atribuição de sentido é o que nos torna humanos. A admiração diante de um por do sol, a necessidade de deixar uma marca que dure além do efêmero tempo de nossa existência, o incômodo diante da desorganização e a valorização de uma certa ordem individual, o espanto diante do inusitado, a apreciação da beleza, a reflexão sobre o que é diferente e nos provoca... todos os seres humanos vivenciam essas situações ao longo de suas vidas, pois são constituídos de dimensões físicas, cognitivas, emocionais, sociais, éticas e estéticas.
Essa característica pluridimensional do ser humano por si só já seria válida para justificar a importância da arte na educação, já que sua ausência não favoreceria um desenvolvimento integral da pessoa, um dos principais objetivos da educação. Mas além desse fator há outros que valem a pena serem lembrados.
A arte é cultura. É fruto de sujeitos que expressam sua visão de mundo, visão esta que está atrelada a concepções, princípios, espaços, tempos, vivências. O contato com a arte de diversos períodos históricos e de outros lugares e regiões amplia a visão de mundo, enriquece o repertório estético, favorece a criação de vínculos com realidades diversas e assim propicia uma cultura de tolerância, de valorização da diversidade, de respeito mútuo, podendo contribuir para uma cultura de paz. O conhecimento da arte produzida em sua própria cultura permite ao sujeito conhecer-se a si mesmo, percebendo-se como ser histórico que mantém conexões com o passado, que é capaz de intervir modificando o futuro, que toma consciência de suas concepções e idéias, podendo escolher criticamente seus princípios, superar preconceitos e agir socialmente para transformar a sociedade da qual faz parte.
Além das já referidas justificativas ontológicas e culturais para a importância da arte na educação, cabe falar da dimensão simbólica da arte, de seu poder expressivo de representar idéias através de linguagens particulares, como a literatura, a dança, a música, o teatro, a arquitetura, a fotografia, o desenho, a pintura, entre outras formas expressivas que a arte assume em nosso dia-a-dia.
Essas formas são linguagens criadas pela humanidade para expressar a realidade percebida, sentida ou imaginada, e como linguagens que são, têm suas próprias estruturas simbólicas que envolvem elementos tais como espaço, forma, luz e sombra em artes visuais, timbre, ritmo, altura e intensidade em música, entre outros elementos inerentes a outras linguagens da arte. Ora, o conhecimento dessas estruturas simbólicas não é evidente aos alunos, nem se constrói espontaneamente através da livre expressão, mas precisam ser ensinados. O ensino das linguagens da arte cabe também à escola, embora não apenas a ela.
Um outro argumento em defesa da arte na educação passa pela sua importância ao desenvolvimento cognitivo dos aprendizes, pois o conhecimento em arte amplia as possibilidades de compreensão do mundo e colabora para um melhor entendimento dos conteúdos relacionados a outras áreas do conhecimento, tais como matemática, línguas, história e geografia. Um exemplo mais evidente é a melhor compreensão da história, de seus determinantes e desdobramentos através do conhecimento da história da arte e das idéias sobre as quais os movimentos artísticos se desenvolveram. Não existe dicotomia entre arte e ciência, entre pensar e sentir, entre criar e sistematizar, e a fragmentação do conhecimento é uma falácia que tem estado presente na educação, devendo ser superada, pois o ser humano é íntegro e total.
Diante de tal importância que a arte assume na educação, pode-se fazer uma revisão crítica do que a escola tem alcançado em termos de ensino da arte.
Temos conseguido valorizar nos alunos sua expressividade e potencial criativo? Temos sabido perceber, compreender e avaliar suas idéias sobre as linguagens artísticas? Temos desenvolvido nosso próprio percurso em artes de tal modo que conheçamos os conteúdos, os objetivos e os métodos para ensinar cada uma das linguagens artísticas? Temos tido suficiente bagagem teórico-conceitual para identificar o momento que cada educando vivencia em sua construção de conhecimento sobre a arte e fazer intervenções que lhe permitam avançar? Temos sabido incentivar a formação cultural de nossos educandos e ajudá-los a perceberem-se como sujeitos de cultura?
Creio que estamos vivenciando um momento histórico de grande importância na educação como um todo e na arte-educação especificamente: o desafio de superar concepções tecnicistas e utilitaristas, mas também de ir além do “deixar fazer” e da livre expressão apenas, para reconhecer que a arte tem características próprias que devem ser melhor conhecidas pelos educadores, que tem objetivos próprios e seus próprios métodos. Será que nós tivemos, em nossa educação, acesso à arte? E que acesso foi esse? Estamos reconstruindo o ensino da arte, não com base no que aprendemos na escola, mas no conhecimento que estamos a construir agora.
Nós, como educadores, precisamos aprender mais para ensinar melhor. Cada um de nós deverá ser um construtor de conhecimentos e um semeador de idéias e práticas que, esperamos, darão frutos no futuro.